quarta-feira, 26 de maio de 2010

Deuses e Monstros


Em comemoração ao 71º aniversário de Ian McKellen, o filme que o rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Ator de 1998.




Em Deuses e Monstros, vemos os últimos dias do diretor James Whale( Ian McKellen). Famoso pelos seus filmes de terror, Frankenstein e a Noiva de Frankenstein, o aposentado diretor vive com Hanna (Lynn Redgrave) sua governanta e após retornar do hospital se depara com Clayton Boone (Brendan Fraser) o novo jardineiro contratado em sua ausência.

No filme a homossexualidade e a promiscuidade de James são logo apresentadas ao público, quando o personagem diz a um universitário que vem o entrevistar sobre seus filmes que para animar a entrevista o jovem deve retirar suas roupas em troca das respostas. É interessante ver a relação ente Hanna, católica fervorosa que não aprova a vida de James mas esta sempre cuidando dele.

No desenvolver da historia James se aproxima de Clayton, alegando  interesse em o desenhar. As conversas entre eles nos mostram como as lembranças atormentam James. Desde sua infância na Inglaterra, onde sua familia podava seus talentos, passando pelos combates na Grande Guerra chegando a seu passado como diretor. Isso aliado a seus problemas de saúde que pouco a pouco vão o incapacitando e evitando que consiga deixar de remoer seu passado.

O final do filme, mostra James cada vez mais consumido pelas suas lembranças e não conseguindo mais suportar sua condição. Os comentários que faz sobre Barret, um colega na Grande Guerra, são arrepiantes. Infelizmente não consegui entender o simbolismo da cena final, com Clayton andando na chuva imitando o Monstro, se alguém tiver alguma interpretação deixe nos comentários.

Ian McKellen, interpreta James de forma perfeita, pra mim seu melhor papel, suas caras e bocas são demais é uma perfeita "bicha velha", isso sem contar as partes que ele conta seu passado, quem já sentou um dia e ouviu um idoso contando a historia do seu passado e do nada ele para e você sente que ele revivendo o momento, Ian McKellen passa essa sensação perfeitamente. A Hanna de Lynn Redgrave é muito bem interpreta, seu sotaque é bem marcante e a cena onde ela conta a Clayton sobre o homossexualismo de James é brilhante, muito bom ver seu lado religioso. A ponto fraco do filme é justamente Brendan Fraser, seu personagem é bem fraco e ele não consegue dar nenhuma emoção pra ele, a cena onde ele sai bravo com James, derrubando as coisas do estúdio lembra uma criança birrenta, e contracenando com Ian McKellen o faz parecer ate pior. O trabalho de Bill Condon é bem competente e os flashbacks é muito bem explorados e ajudam a entender um pouco melhor a mente de James.



Deuses e Monstros é um ótimo filme, seu maior pecado foi ter saido em 1998, ano com outros bons filmes como Shakespeare Apaixonado e O Resgate do Soldado Ryan, que o vez nem mesmo ser indicado ao Oscar de Melhor Filme e Ian McKellen ainda perdeu o Oscar de Melhor Ator para Roberto Benigni do A Vida é Bela. Em outros anos ele teria se saido bem melhor na premiação. Recomendo fortemente que assistam esse ótimo filme. E não posso deixar de citar a boa sacada de colocar os créditos finais, a parte dos atores, como nos clássicos filmes de terror.

Ficha:

Deuses e Monstros
Nome Original: Gods and Monsters
Diretor: Bill Condon
Elenco: Ian McKellen, Brendan Fraser, Lynn Redgrave.
Idioma: Inglês
Estréia: 01/11/1998  (12/03/1999 no Brasil)
Prêmios: Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e Indicado a Melhor Ator ( Ian McKellen) e Melhor Atriz Coadjuvante (Lynn Redgrave)
Cena: Quando Hanna conta a Boone sobre a sexualidade de James.
Frase: "Monstros? Os únicos monstros estão aqui.(apontando para a cabeça)"
IMDB: http://www.imdb.pt/title/tt0120684/


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