quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Sombra do Vampiro


Max Schreck fez uma personificação tão assustadora do vampiro no filme Nosferatu (1924), de F. W. Murnau, que muitos acreditavam que ele era mesmo um vampiro. Partindo dessa premissa E. Elias Merhige nos conta com seria se isso fosse verdade.


Em A Sombra do Vampiro John Malkovich interpreta o obcecado diretor F. W. Murnau, que dirige uma adaptação do livro Drácula de Bran Stoker, que ao não conseguir os direitos sobre o romance acaba o transformando em Nosferatu. Nessa produção o Drácula, no caso Conde Orlock é interpretado pelo excêntrico ator Max Schreck ( Willem Dafoe).

O filme se passa durante as gravações do filme Nosferatu e conta os bastidores da produção. Vemos a relação de Murnau e a sua equipe de produção, o produtor Albin (Udo Kier) que é sempre o ultimo a saber sobre tudo, o roteirista Henrick (Aden Gillet) que nem Orlock nem Murnau mostram menor respeito, os cinegrafistas Wolf (Ronan Vibert) que rapidamente é substituído por Fritz Wagner (Cary Elwes) além dos atores Gustav (Eddie Izzard) e Greta (Catherine McCormack).

Murnau leva sua equipe para gravar na Tchecoslováquia, onde eles encontram Orlock, essa cena é muito bem feita, preste atenção nas movimentos dele e na cara de Gustav. Numa conversa entre Murnau e Orlock, temos a noção do que esta acontecendo com a produção e ate onde Murnau esta decidido a ir para produzir seu filme. Intercalando as cenas de gravações e conversas entre Orlock e Murnau o filme trabalha o efeito que a presença do vampiro nos outros membros da produção, seja os momentos de terror, nas iterações com Gustav principalmente ou então a admiração pelo empenho e talento de ator, a cena onde Orlock conversa com Albin e Henrick é muito boa quando eles conversam sobre o livro Drácula, eu nunca tinha pensado no ponto que ele toca quando fala do encontro do conde com Jonathan Harker.
O final do filme é muito bom e muito assustador, os gritos de Greta pedindo socorro me fazem me sentir mal todas as vezes que vejo o filme.

Sobre os atores, Willem Dafoe ficou muito bem como o Conde Orlock. Seus movimentos lembram muito o Max Schreck original e a os sorrisos nas conversas com Murnau são assustadores. John Malkovich também faz um bom trabalho com o obcecado F. W. Murnau, a frieza na substituição do Wolf e a gravação da morte de Orlock são muito bem interpretadas. Os demais atores fazem seus papeis de forma convincente, uma lembrança especial para Catherine McCormack na cena final já citada e parabéns ao diretor de fotografia pelo close durante o pedido de socorro. 

Um dos pontos chatos no filme é a edição e montagem do filme. Achei que o filme tem algumas cenas desnecessárias, a ida de Murnau a boate no inicio do filme não tem muita necessidade na historia.

Finalizando, o filme merece ser visto, ainda mais em tempos que vampiros brilham ao sol é sempre bom lembrar do primeiro vampiro que morria ao ser tocado pelo sol. E se você for fã do expressionismo alemão, principalmente do Nosferatu original então corra e assista o filme logo.


Ficha:

A Sombra do Vampiro 
Nome Original:  Shadow of the Vampire
Diretor: E. Elias Merhige
Elenco: Willem Dafoe, John Malkovich.
Idioma: Inglês, alemão e luxemburguês
Estréia: 26/01/2001 (15/10/2001 no Brasil)
Prêmios: Indicado a Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Willem Dafoe) e Melhor Maquiagem.
Cena: A conversa que Albin e Henrick tem com Max Schreck sobre o livro Drácula.
Frase: " Na minha velhice, me alimento da mesma forma que os velhos urinam, às vezes, de uma vez só às vezes gota a gota. Porém, eu lhe digo, me alimento de forma irregular.Quase sempre fartamente. "



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