domingo, 4 de julho de 2010

O Labirinto do Fauno


Um conto de fadas para adultos, no melhor trabalho de Guillermo del Toro.



Sábado em casa e absolutamente nada para se fazer. Olhando a programação da televisão e novamente nada para se ver.  Fui ver a minha coleção de DVDs buscando algo para me divertir e lembrando que ainda não tinha falando sobre nenhum filme mexicano decide assistir O Labirinto do Fauno, um dos melhores filmes que eu já vi.

O filme começa contando a lenda de uma jovem princesa do mundo subterrâneo, que desejava conhecer o mundo dos humanos. Ao fugir de seu reino e ver o Sol, sua memória foi apagada levando a princesa a viver como uma humana até o dia de sua morte. Seu pai, o Rei, sabia que sua alma imortal um dia retornaria num outro corpo e em outro lugar e aguarda ansiosamente o seu retorno.

Após essa introdução o filme vai para 1944, Franco venceu a Guerra Civil Espanhola mas grupos rebeldes Republicanos ainda continuaram a operar no país. Ofelia (Ivana Baquero) é uma jovem criança apaixonada por contos de fadas que está viajando com sua mãe Carmen. Elas estão se mudando para o posto militar onde se encontra o Capitão Vidal (Sergi López), atual marido de Carmen e pai do filho que ela está a esperar. Durante a viagem Ofelia encontra um inseto que ela acredita ser uma fada, mas logo é desencorajada pela mãe.

Ao chegar ao local Vidal as recepciona e logo vemos a personalidade cruel e egoísta do capitão. Se importando apenas com o seu filho que está para nascer, ele não liga para a sua mulher e menos ainda para Ofelia que não passam de um fardo. Nessa parte tem uma cena onde Vidal interroga um pai e filho caçadores que retrata bem a sua crueldade.

Mas nem tudo está perdido para Ofelia, a empregada de Vidal, Mercedes (Maribel Verdú) se apega a jovem garota e tenta facilitar a sua vida. Mercedes conta a garota sobre um antigo labirinto, um amontoado de pedras que se encontram na propriedade antes mesmo da construção da casa. Durante a noite o inseto encontrado na estrada acorda Ofelia e assumi a forma padrão de uma fada e leva a garota para o centro do labirinto. Lá Ofelia se encontra com um Fauno (Doug Jones) que diz que a garota é a princesa Moanna, filha do Rei do mundo subterrâneo. Porém antes de permitir a garota que regresse ao seu verdadeiro lugar ele devia certificar-se que a essência mística da garota não foi corrompida, ou seja que Ofelia não seja apenas uma mortal. Três provas devem ser realizadas até a lua cheia para provar que Ofelia ainda é a princesa. Ele entrega a jovem uma bolsa e um livro em branco, sendo que ela deve abrir apenas quando estiver sozinha, que no momento certo revelará a prova que Ofélia deverá realizar. Após isso o Fauno e as fadas desaparecem deixando Ofelia sozinha no centro do labirinto. Apartir da ai o filme se desenrola mostrando a o que se passa no moinho, a relação de Mercedes com os rebeldes, a gravidez de Carmen e como Vidal trata tudo isso e de outro lado vemos Ofelia realizando as provas que o Fauno a passa.

Como já disse anteriormente O Labirinto do Fauno é um dos melhores filmes que eu já vi, uma prova que boas histórias não precisam de mega-produções para ser contadas e que fantasia precisa de um bom roteiro e não de efeitos especiais revolucionários. O filme acerta desde a construção dos personagens com Ofelia representando a inocência e a pureza, sua mãe Carmen uma mulher que já sofreu muito, perdendo seu marido na guerra, e que busca em Vidal, a segurança para ela e sua filha. Além disso Carmen busca tirar a inocência de Ofelia, sempre falando que ela precisa abandonar os livros e ver como o mundo é, sem fazer isso por maldade e sim porque espera que a filha não sofra quando ela tenha que enfrentar de vez o mundo real. Vidal representa o terror que a guerra trouxe para as pessoas, a violência com que ele trata a todos, o desrespeito por todos a sua volta se importando apenas com ter um filho. Mercedes é outro personagem bem construído, buscando preservar a inocência de Ofelia enquanto tem que lidar com Vidal e ajudar os rebeldes.

O roteiro é muito bem elaborado, deixando o espectador sempre na dúvida se o que ocorre com Ofelia é real ou não, pois o Fauno e todas as atividades místicas só acontecem quando a garota está desacompanhada. O final do filme é dos mais inteligentes, deixando o espectador decidir o que quiser, se quer ver um conto de fadas tem seu final feliz, mas se preferir um drama onde a guerra destrói tudo, pronto tem lá seu final triste também. Os atores fazem trabalhos muito bons com seus personagens, você fica com pena da jovem Ivana Baquero e sua Ofelia, com raiva de Sergi López interpretando Vidal, mas pra mim o melhor mesmo é Doug Jones com todos os trejeitos do Fauno e também do Pale Man, o mostro com olhos nas mãos.

Tecnicamente o filme é muito bom, a trilha sonora casa perfeitamente com todos os momentos do filme, usando temas compostos por Javier Navarrete e não musicas já conhecidas. A direção de arte foi perfeita não apenas na construção de uma casa espanhola de 1944, mas também em todas as partes que Ofelia se depara com o mundo subterrâneo. Outra parte muito boa são as maquiagens do Fauno e do Pale Man. A fotografia do filme também é muito boa, sempre em planos fechados que faz com que percebamos todos os detalhes dos atores. Nesse ano eu gostei mais dos planos abertos de Filhos da Esperança, mas o Oscar ficou em boas mãos.

Esse post está um puxa-saquismo enorme do filme, eu sei mas não consigo achar nada que eu não goste nesse filme. Caso você leitor não goste dele, por favor coloque nos comentários para tentar deixar isso um pouco mais imparcial. Recomendo a todos que vejam esse obra prima do cinema.


Trailer:



Compras:

DVD O Labirinto do Fauno
CD com a Trilha Sonora

Ficha:
O Labirinto do Fauno

Nome Original: El laberinto del fauno
Diretor: Guillermo del Toro
Elenco:Ivana Baquero, Sergi López, Maribel Verdú, Doug Jones.
Idioma: Espanhol
Estréia: 11/10/2006 (01/12/2006 no Brasil)
Prêmios: Oscar de Direção de Arte, Fotografia e Maquiagem. Indicado a Melhor Roteiro Original, Melhor Trilha Sonora e Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Cena: O final do filme.
Frase: " Obedecer por obedecer assim, sem pensar só pessoas como você podem fazê-lo, capitão.  "
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0457430/

2 comentários:

Zemarcos Taveira disse...

::: É, sem dúvida, um filme lindo e muito bem feito. O final é emocionante! Um belo trabalho! Aliás, sou praticamente sósia do médico... rs

Ariana Prestes disse...

Vale apena, parabéns pela ótima dica^^ O filme é muito bom, a imaginação voa...

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