O Orfanato

Um drama sobre a perde de um filho com detalhes sobrenaturais e o Senhor Barriga, e essa mistura deu um bom filme.

Depois de [REC], fui atrás do mais filmes espanhóis pois desse país só conhecia os trabalhos do Almodóva. Vendo a relação de indicados ao Premio Goya, conhecido como o Oscar espanhol embora eu odeie essa nomenclatura, O Orfanato foi um dos filmes que me chamou atenção e por sorte o encontrei passando na televisão.

O filme começa num orfanato, onde as crianças brincam no jardim. Laura é a única das crianças que vive ali que não possui alguma necessidade especial, e logo vemos que ela está para ser adotada.

O tempo passa e vemos a agora adulta Laura (Belén Rueda), retornando ao seu antigo orfanato que se encontra abandonado. Junto com Laura se mudam seu marido Carlos (Fernando Cayo) e o filho do casal, o jovem Símon (Roger Príncep). Laura planejar reabrir o antigo orfanato, prestando auxilio a crianças portadoras de necessidades especiais. 

Símon sempre se diz acompanhando de dois amigos imaginários, fato que perturba Laura mas Carlos vê isso como natural, já que Símon não tem amigos e que logo isso passará com a chegada de outras crianças ao local. Num dos passeios pela região, Símon faz mais um amigo imaginário, Thomas.

Um dia bate a porta do orfanato Benigna Escobeda, uma assistente social, querendo conversar sobre Símon. Na conversa descobrimos que o garoto é adotado e além disso é portador do HIV. Desorientada Laura pede que a senhora se vá, que aquela não era o momento para conversarem sobre o garoto. A noite Laura escuta barulhos no seu jardim e ao investigar descobre que Benigna voltou e estava mexendo no deposito de carvão, porém Laura não consegue impedir sua fuga.

No dia seguinte, Símon conta a mãe sobre seus novos amigos, que lhe ensinaram uma nova brincadeira, uma espécie de caça ao tesouro onde quem encontra o tesouro tem seu desejo realizado. E assim que termina a explicação ele começa a jogar com sua mãe, e no final ele revela que Laura não é a sua mãe e que está para morrer, que seu amigos Thomas contou tudo pra ele. Os pais conversam com Símon e aparentemente ele entende a situação.

Finalmente chega o dia da inauguração e durante a festa, Símon desaparece. O que Benigna tem haver com esse desaparecimento, quem é Thomas e as respostas para todos os outros mistérios você descobre vendo O Orfanato.

O Orfanato é um filme que me agradou bastante, o roteiro é bem estruturado mesclando o sobrenatural e o real de forma que você fique sempre sem saber se algo está acontecendo ou é apenas Laura que estava vendo coisas. Além de um filme muito bem executado, fazendo com que diversos momentos da trama se expliquem e que guarda muitas similaridades com o Labirinto do Fauno, inclusive o seu diretor, Guillermo del Toro, é um dos produtores do O Orfanato.

Gostei bastante da atuação de Belén Rueda, ela passou bem a emoção de mãe que perdeu o filho e quando ela diz que não esta enlouquecendo, você sente a emoção de alguém que acredita mesmo que viu algo mas sabe que ninguém acredita nisso. Fernando Cayo, fazendo Carlos não deixou a desejar fazendo o marido que quer o melhor para sua esposa, mas está cansado e não aguenta mais carregar a perda do filho e ver sua mulher sofrendo. Já o jovem Roger Príncep, eu achei bem fraquinho nunca mudando de expressão.

Mas o melhor de tudo é ver o Senhor Barriga novamente, Edgar Vivar o ator imortalizado como Senhor Barriga, faz um parapsicólogo que junto com sua equipe vai até o orfanato buscando se comunicar com o sobrenatural que habita o lugar. É uma das cenas mais tensas do filme, mostrando que ele sabe muito mais que ir cobrar o aluguel.

Como vi o filme na televisão não tive a opção de escolher o áudio e acabei vendo a versão dublada do filme. Tecnicamente a dublagem está muito boa, mas tem as famosas leituras de placas e afins e isso sempre ocorre durante diálogos sobreponde as falas dos personagens. Elas não interromperam nenhum dialogo chave do filme, mas por favor distribuidoras ou quem quer que seja responsável por isso, se o diretor do filme ta mostrando uma placa é porque a mensagem deve ser passada de forma visual, coloquem uma legenda e pronto, se fosse pra ser uma mensagem sonora ele teria optado por um narrador e não por uma placa.

Fiquei muito satisfeito ao ver O Orfanato, ainda não sei a razão mas ele me lembrou Os Outros da Nicole Kidman, mas tirando o clima sobrenatural os filmes não guardam nenhuma relação entre si. É um bom drama, de mãe fazendo tudo para recuperar o filho perdido, com algumas pitadas de terror, quando o mundo sobrenatural se faz presente, mas que em nenhum momento se preocupa em assustar o expectador, apenas o perturbar. Recomendo a todos, mas um filme espanhol que me cativou.

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Ficha:
O Orfanato
Nome Original: El orfanato
Diretor: Juan Antonio Bayona
Elenco: Belén Rueda, Fernando Cayo, Roger Príncep, Mabel Rivera.
Idioma: Espanhol
Estréia: 11/10/2007 (07/03/2008 no Brasil)
Prêmios:
Cena: A visita da medium a casa.
Frase: " Eu não estou louca, eu sei que eu vi "
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0464141/